top of page

Festa de S.Miguel

É um acontecimento anual, que data a idade Média, mas foi D. Dinis que lhe atribuiu importância  tornando-a numa das mais famosas de Portugal. Começou por ser uma feira franca e foi sempre muito concorrida por forasteiros que a animavam desde o alvorecer do dia 20 até ao dia 30 de Setembro. Aqui vendiam-se as mantas de barroso, o gado bovino e cavalar, mas com o passar dos séculos, transformou-se também num parque de diversões. O dia 28 é o dia do grande arraial que se propaga pela noite dentro, dando lugar às festas da vila no dia 29, dia do padroeiro, São Miguel, notando-se a vistosa e rica procissão. Para a maioria dos cabeceirenses, a feira e festas tiveram sempre um significado especial. A feira representava o diferente, tudo aquilo o que permitia esquecer por uma hora ou por alguns dias, a rotina do quotidiano e ansiar pelo ano seguinte. Em Cabeceiras de Basto, em torno da feira agregaram-se as “festas do concelho” e hoje, esta terra continua a ser durante dez dias, palco de um dos maiores pontos de encontro desta vasta região.

Festa das papas em honra a S. Sebastião

 

Esta festa realiza-se anualmente um ano em Samão (ano ímpar) e outro em Gondiães (ano par), em honra de S. Sebastião. Esta é uma tradição que decorre de uma promessa feita na idade média pelos povos da serra quando uma grande peste chegou a esses povos, levando os mais devotos a recorrer a S. Sebastião para os livrar da peste que infetava os humanos e animais. Deste modo, no dia 20 de Janeiro realiza-se esta festa. Esta é preparada uma semana antes  e o pão é confecionado e cozido pelas mulheres da aldeia para que no dia de S. Sebastião, os produtos sejam benzidos e oferecidos a todos que por ali passem para honrar o padroeiro. As papas são feitas pelos homens e podem ser comidas quentes ou frias. A carne de porco é servida em pratos de barro e o vinho verde da região bebido pelas tradicionais malgas de barro. No dia de S. Sebastião come-se papas, broa, toucinho e bebe-se vinho, produtos antes benzidos na casa do Santo, seguindo posteriormente em carros de bois em forma de procissão para um campo, ao longo do qual se colocam no chão toalhas de linho e sobre as quais se distribuem os alimentos. Quando a refeição termina algumas pessoas levam consigo os pedaços de broa e guardam durante algum tempo em casa por causa da afamada “mezinha” que acreditam existir no pão que foi benzido. Os mais crédulos dizem mesmo que nunca ganha bolor e que serve de remédio para as doenças que afetam as pessoas e os animais. A festa das papas representa uma das manifestações culturais e religiosas mais puras e tradicionais de Cabeceiras de Basto.

 

© 2014 by Sofia Andrade e Tatiana Costa. 

bottom of page